(Este artigo foi traduzido do original italiano https://gloria.tv/media/MnzCGTSqQXw)
Autor: Istruzione Cattolica
Tradução: Ana Cândida Tocheton Cristofoletti
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Do Livro do Apocalipse de São João (Ap 12,1-5):
Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz. Depois apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão vermelho, com sete cabeças e dez chifres, e nas cabeças sete coroas. Varria com sua cauda uma terça parte das estrelas do céu, e as atirou à terra. Esse Dragão deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de que, quando ela desse à luz, lhe devorasse o filho. Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono.
O dia era 27 de novembro. Trata-se da aparição mais importante e fundamental, onde a humilde Santa Catarina teve a revelação da célebre Medalha Milagrosa, e Nossa Senhora explicou-lhe em que consistia a missão que lhe confiava. Uma missão tão grande quanto a Terra. Confiava justamente a ela, a humilde e ignorante Irmã Catarina, eleita para que fizesse com que todos os homens viessem a conhecer o celestial penhor de misericórdia que a Imaculada dignava-se dar à humanidade. E Irmã Catarina se lançaria ao serviço, não se poupando das provações e dos sofrimentos aos quais seria exposta. Era segura do auxílio daquela que é a Rainha do Universo, e mais cedo ou mais tarde, então, seria chegada a hora da difusão dessa medalhinha, pequeno tesouro de graça.
Para Irmã Catarina, deveria haver bem pouca coisa a sacrificar sem reservas pela Rainha Imaculada que a havia inebriado com suas celestiais aparições. Ela mesma descreveu de maneira detalhada também essa segunda e mais célebre aparição. Ela escreve: “No dia 27 de novembro de 1830, que correspondia ao sábado anterior ao primeiro domingo do Advento, às cinco e meia da manhã, fazendo a meditação em profundo silêncio, pareceu-me ouvir ao lado direito da capela um rumor como o roçar de uma veste de seda. Havendo voltado os olhos para aquele lado, vi a Santíssima Virgem na altura do quadro de São José. Sua estatura era mediana, e sua beleza tal que me é impossível descrever. Estava em pé, suas vestes eram nobres, de seda pura e de cor branco-aurora, com mangas longas. Da cabeça descia um véu branco, que ia até os pés. Tinha o cabelo repartido e uma espécie de véu com uma renda de cerca de três centímetros de largura, levemente apoiada na cabeça. Seu rosto estava descoberto; seus pés estavam apoiados sobre um globo, ou melhor, sobre metade de um globo, pelo menos não vi a outra metade.”
Mais tarde a Santa confessará ter visto sob os pés da Virgem também uma serpente de cor esverdeada mesclado com amarelo. Ela prossegue na narrativa: “As suas mãos, elevadas à altura da cintura, mantinham com naturalidade um outro globo menor que representava o universo. Ela tinha os olhos voltados para o céu e seu rosto tornou-se resplandecente enquanto apresentava esse globo para Nosso Senhor.”
“Repentinamente, seus dedos cobriram-se de anéis ornados com pedras preciosas, uma mais bela que a outra, umas maiores e outras menores, das quais saíam raios uns mais belos que os outros. Esses raios partiam das pedras preciosas; as maiores lançavam raios maiores, e as menores lançavam raios menores, de maneira que todos esses raios preencheram sua parte inferior e eu não podia mais ver seus pés”.
Catarina continua o relato assim: “Enquanto eu estava absorta a contemplá-la, a Santíssima Virgem baixou seus olhos para mim e ouvi uma voz que me disse essas palavras: ‘Este globo que vês representa todo o mundo, em particular a França e cada uma das pessoas…‘. Aqui não sou capaz de transmitir o que senti e o que vi, a beleza e o esplendor dos raios deslumbrantes!… E a Virgem Santíssima prosseguiu: ‘São o símbolo das Graças que derramo sobre as pessoas que me pedem‘, fazendo-me, assim, compreender quanto é doce rezarmos para a Santíssima Virgem e quanto ela é generosa com as pessoas que a invocam; quantas graças ela concede às pessoas que dela se aproximam e quanta alegria ela sente ao conceder-lhes. Naquele momento, eu estava ali e não estava… Eu não sei… Apenas apreciava. Então, formou-se ao redor da Santíssima Virgem um quadro oval, onde no alto, em forma de semi-círculo entre as mãos direita e esquerda de Maria, era possível ler essas palavras escritas em letras de ouro: ‘Ó Maria Concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós‘.”
Prossegue Santa Catarina no seu relato: “Então ouvi uma voz que me disse: ‘Faça cunhar uma medalha dessa forma; todas as pessoas que a usarem receberão grandes graças, especialmente levando-as no peito; as graças serão abundantes para as pessoas que a portarem com fé‘. Nesse instante, percebi que o quadro virou-se, e pude ver o verso da Medalha. Havia ali a letra M (inicial do nome de Maria), sobre a qual erguia-se uma cruz (sem o crucificado) cuja base era a letra I (inicial do nome de Jesus, Iesus). Abaixo disso, havia dois corações, um circundado de espinhos (o de Jesus), e outro transpassado por uma espada (o de Maria). Por fim, doze estrelas circulavam tudo.”
Ela encerra o relato assim: “Depois disso, tudo desapareceu, como algo que se apaga, e permaneci ali repleta de bons sentimentos, de alegria, de consolação”.
Oração:
Ó Imaculada Virgem, Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expor, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades. Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos.
Amém.